Ontem Dinha e eu conversamos em alguns momentos do dia sobre os mecanismos de defesa que afligem as pessoas e como cada uma reage diferente de acordo com a criação e com as atomadas de decisão sobre determinadas opções que a vida dá.
Eu particularmente acho que as pessoas tem total condições de encararem de frente toda e qualquer situação, mesmo quão espinhoso seja o assunto. O que me surpreende é o quanto as pessoas preferem (de modo consciente ou in) se esconder através deste escudo do mal, para não entrarem em colapso com o próprio eu, como se a felicidade de cada um dependesse dos outros, e não da própria pessoa.
Eu acredito que cada pessoa tem sua respctiva felicidade dentro de si, mas por falta de querer enxergar, deixam de serem felizes. O medo da vitória, de se obter a felicidade e/ou paz plena, é algo tão absurdo que refugia a pessoa num mundo obscuro e à parte da realidade.
Claro, acredito que cada um tem fantasmas a serem vencidos, mas o que não pode acontecer é a pessoa se auto-boicotar por se achar inferior aos outros ou incapaz de vencer.
O Natal perdeu seu sentido para mim há alguns anos, vendo como se tornou uma data comercial e estúpida. Ao ouvir a palavra "Natal", automaticamente já associo a bebedeira, comida em excesso, podres desenterrados para chatear determinadas pessoas.
Onde está o real sentido do Natal, onde as pessoas tentam ficar mais unidas (hj em dia a união só é física, espiritualmente estão cada um em sua redoma de vidro), onde as pessoas tentam conhecer melhor o próximo, tentam refletir sobre como forma naquele ano e como podem evoluir, como podem contribuir para um mundo melhor para as futuras gerações (pelo menos para nossa geração).
Lendo um post de meu grande chapa Edgar, ele relembrou de natais (e relembrei alguns meus que estavam indevidamente entrreados) onde os natais eram sadios, onde as famílias eram unidas, onde as crianças eram crianças (e não essas máquinas de ficar e meter precocemente), e onde o universo conspirava a favor nosso.
Conversando com o Roberto, VP do JRM, lembrando que antigamente era tão comum as pessoas darem cartões, e hj em dia as pessoas não estão mais nem aí, meio que perderam parte do espírito Natal, ou até mesmo parte do próprio espírito. Uma pena, pois até eu me enquadrei neste quadro de desânimo em relação ao Natal nos últimos anos (este ano retomei tal hábito).
Primo Sérgio ligou aqui na casa de meus pais dia 23 confirmando que viria 02 carros de Guaíra, e ontem desconfirmou que nem ele viria pq algum genro ñ tava afim. Meu primo nunca veio SJC e ontem foi chato ver o desapontamento de meu pai com sua desistência, simplesmente pq com seus 40 e poucos anos ñ consegue ter autonomia pela própria vida.
O pior é que cada pessoa tem sua individualidade e tem enorme resistência/dificuldade em sair de suas redomas. Eu, meus pais, minhas irmãs, meus tios, meus primos, às vezes me pergunto se realmente somos uma família, no seu verdadeiro sentido de ser. Não que minha família seja a única no mundo, pelo contrário, a maioria das famílias é assim, minoria se salva (se se salvar).
Eu não concordo com a filosofia de muitos pais que acham que o papel dos filhos é ajudar financeiramente em casa, acho que se um casal quer ter filhos, não é para visar retorno financeiro, e sim para compartilhar vosso amor e criar mecanismos para que ele cresça como pessoa, estudante, profissional e cidadão. Os filhos não podem ter culpa se seus pais foram criados nesta filosofia, nem por eles terem sidos criados com extrema pobreza, as épocas são diferentes, as sociedades são diferentes, as culturas são diferentes, não é justo comparar e querer impor o mesmo modo de criação, ou pior, apenas criticar, o elogio é tão necessário quanto.
Maria e eu conversamos muito sobre muitas coisas (para não dizer tudo), e criamos um pacto sadio de criarmos uma família verdadeiramente unida, sem amarras, sem histórias enterradas, sem redomas, e particularmente nestes quase dois anos que nos conhecems, temos alcançado nossos propósitos. Tudo bem que devo uma gigantesca parcela disso à ela, que tem sido uma puta companheira, uma puta amiga, uma puta amante, fantástica em sua bondade e amor que tem por mim e pelos seus amigos e familiares.
Maria, para mim, é o verdadeiro espírito de Natal e Família.
E sou absurdamente grato a Deus por ter sido abençoado por tê-la como minha razão de estar aqui.