29 julho 2009

Sapopemba

Um dia depois que eu completei dois anos lecionando no Sapopemba, eu estou de partida. Eu que dei a aula-magna-inaugural, posso dizer que foi um biênio com muitas estórias para contar em muitas outras oportunidades.
Não nego que foi um aprendizado diário e fundamental para meu crescimento como professor. Lidei com muitos e diferentes alunos, no que se diz respeito a comportamento, personalidade, forma de estudar, interesse, assiduidade, indisciplina de alguns, carinho (como de um filho para um pai) de outros.
A minha dicção melhorou, minha didática está em constante evolução, mês conhecimentos sobre Administração se renovam e aumentam constantemente, meu controle emocional sobre possíveis situações de tensão e conflito estão mais maduras e fortes e serenas.
Claro que 100% dos dias não foram um mar de rosas, mas teve dias que a alegria de ver que a aula foi um sucesso, que os alunos aprenderam de verdade algo novo e útil para a vida deles, que eles adoraram e elogiaram tais aulas, isso não tem preço que pague.
Guardarei muitas lembranças boas dessa minha passagem e saio com a consciência tranqüila do meu dever cumprido e de dei minha contribuição para a evolução de muitos jovens.
Agora é continuar o trabalho no Rocha e Mauá e começar com o pé direito, com as bênçãos dos deuses da Educação, no Amadeu Amaral.

Mais-valia

Sempre acreditei que saberíamos, como profissional, se éramos importantes para tal empresa se depois que saíssemos de lá, e principalmente na hora em que saíssemos se fôssemos bem recepcionados, se as pessoas lhe desejassem boa sorte, se fizessem questão de almoçar num lugar legal no seu último dia de trabalho naquela empresa, se lhe dessem alguma lembrancinha/presente, ou até mesmo um simples cartão (como aqueles de aniversário ou natal).
Falo isso porque vivenciei as duas situações, e as duas situações mexeram comigo. O carinho que recebi de algumas empresas na hora e que saí delas foi algo de tocar o coração de qualquer um, em algumas empresas houve choradeira minha, em outras houve choradeira de meus colegas de trabalho, e bom disso tudo é saber – e ouvir – que as portas estarão sempre abertas caso um dia quisesse/precisasse voltar.
Em outras empresas é incrível como eu e todos os outros fomos tratados como mais um, uma pessoa descartável, um número, e como todo o trabalho desenvolvido, todo empenho, toda assiduidade valesse p**** nenhuma, como se não tivéssemos feito nada além de nossa obrigação.
Esse tipo de relação fria me fez querer estudar mais a fundo as relações pessoais e profissionais e hj a área de Administração qual sou mais apaixonado é Recursos Humanos. Acredito que se cria u ambiente mais produtivo e mais qualitativo se valorizamos o capital humano, que não se limita a pagar o salário e o VT em dia e dar condições físicas de trabalho. O elogio constante é fundamental, palavras de carinho constantes são fundamentais, manter um cuidado com os ruídos nas relações profissionais e eliminá-los são fundamentais, e tem um milhão de chefes idiotas que não se atentam à isso, ou pior, não acreditam na eficácia dos zelos ao capital humano.
Isso é extremamente desmotivamente, saber que existem tantos chefes que não estão nem um pouco preparados para serem e o pior, acham que são tudo de bom naquilo que fazem, enchem o peito para dizer que tem tantos anos de experiência em tal assunto, e é cômico – para não dizer trágico – como parecem que nunca tiveram experiência com aquilo.

3H

Não tenho filhos, o mais próximo disso seria meu afilhado Kauan. Num sentimento (pouca coisa) menor poderia dizer meus alunos, em especial aos alunos que hj estão no 3H do Sapopemba, que tive o prazer de ser seu professor nos dois primeiros semestres do curso. Como a vida é composta de riscos e oportunidades, eu prefiro não me esconder atrás do medo da hipótese negativa.
Eu amei de paixão dar aula para eles, posso dizer com todas as letras, que, de todas as turmas quais dei aula em todas as escolas e cursos e períodos, foi uma das poucas que eu alimentei esse sentimento de relação pai-filhos (talvez ao lado da turma vespertina que se formou no Rocha agora no meio do ano e a turma vespertina do Rocha que está para se formar no fim deste ano, mas disparadamente o atual 3H do Sapopemba arrebanhou meu coração).
O sentimento é tão puro, doce e intenso, que dá vontade de pegá-los no colo e levá-los para casa, dar aula para sempre para eles, mesmos sabendo que não é possível. Posso talvez nunca ter falado/demonstrado isso à eles claramente, mas se cometi esse lapso, venho pela presente me redimir e me declarar à eles.
Claro, cada aluno e cada turma reagem diferente a cada professor e a cada matéria, mas graças a Deus de para desenvolver um bom trabalho com eles e manter um ótimo clima na sala durante minhas aulas. A sala também não foi unanimidade entre meus colegas profissionais, mas são poucas as turmas que conseguem tal proeza do início ao fim.
Ao terminar o semestre eles me perguntaram muitas vezes se eu lecionaria para eles neste segundo semestre, e mesmo sabendo da grande chance de não lecionar para eles, preferi não confirmar tão logo de cara, para não deixá-los chateados tão antecipadamente e não correr o risco de ter choradeira no último dia de aula com eles, até mesmo de minha parte, talvez.
Gostaria de coração que todos sejam felizes em todas as áreas – pessoal, profissional, acadêmica – e que eu possa encontrá-los no futuro e ver como vcs evoluíram na vida.
Sei que não sou perfeito, mas quero que saibam que dei o meu melhor e espero que possa ter contribuído de alguma maneira para o crescimento e amadurecimento de todos.
Um beijo no coração de todos e que a Maria possa concluir esse elo acadêmico na mais perfeita sintonia.

Primeiras aulas

Gostei bastante de três das minhas quatro novas turmas de alunos neste semestre, a única turma que ainda não conheci ainda foi a do Amadeu Amaral.
Os alunos parecem que entenderam a minha mensagem e filosofia de trabalho, e espero de coração que seja um semestre bem produtivo e rentável para mim e para eles, assim com seja bem agradável para todos nós.
Meus alunos do terceiro módulo me deram um bolo essa semana, mas espero que sejam mais assíduos quando voltarmos.

Suspensão das aulas

A gripe suína, o vírus H1N1, conseguiu fazer um efeito cascata no sistema educacional brasileiro: além de antecipar em um mês as férias julinas das escolas particulares, conseguiu prorrogar o retorno da rede pública paulista, do Centro Paula Souza, e das universidades USP, UNESP e UNICAMP.
Apesar de ver com bons olhos o cuidado que o governo está tendo para com os alunos, me preocupa empurrarmos tanto o calendário para tão perto do Natal, principalmente por conta do TCC do Rocha, que além de termos um mês a menos que o TCC anterior por conta do segundo semestre, na prática, ser mais curto, acabamos de perder mais um mês praticamente com esse retorno adiado. E fora que em tese eles estão mais atrasados com o TCC em relação ao anterior, já que eles não têm muitos tópicos definidos.
O mais engraçado é que só a UNIFESP não se manifestou até presente momento, e por enquanto, nossas aulas voltam já nessa segunda.

25 julho 2009

Blindados

Meu, não que eu esteja reclamando, muito pelo contrário, agradeço diariamente ao papai do céu por fazer de meu casório uma senhora lua-de-mel, mas parece que a maioria absoluta dos amigos e colegas meus e de Dinha estão em crise, brigam direto, vivem em relações amorosas doentias, e isso me dá o maior medo e ao mesmo tempo pena de todos eles.

Não entendo porque os casais não conseguem manter uma conversa aberta, franca, sobre seus desejos, sonhos, aquelas coisas que irritam um no outro, os medos, falar as mesmas bobeiras que se fala na roda de amigos mas NUNCA falam quando o parceiro está por perto, não tentam se interessar em pelo menos saber conversar sobre os assuntos que o parceiro gosta (tal estilo de música, tal filme, tal programa de tv, como foi o dia de trabalho ou o que está pegando no trabalho). Ficam todos reclusos em suas bolhas e o que parece que as duas únicas coisas que mantém os casais unidos são o medo (ou a capacidade) de ficar sozinhos e o bom-velho-garantido sexo "seguro". Claro, no mínimo deprimente, parece que as pessoas têm medo de procurarem nas ruas a sua alma gêmea e acham que se terminarem com o atual parceiro, nunca mais encontrarão alguém, como se todos os solteiros disponíveis fossem o resto do resto.
Não entendo como as pessoas preferem viver reprimidas em suas relações amorosas ou se rebaixararem tanto em suas omissões e submissões, parece que as relações tiram a força da pessoa e qualquer tipo de boa perspectiva.
Nessas horas entendo perfeitamente o importante e fundamental papel da televisão brasileira com sua riquíssima programação cultural: novelas que incitam a vulgarização da mulher, o adultério no homem de meia idade, o BBB que incentiva nossos jovens a serem mais fúteis do que o tolerável, os desenhos animados que incitam a violência adormecida dentro de nossas crianças, os programas esportivos que só falam de futebol e mais especificamente de dois clubes brasileiros, os cruciais programas de "informações públicas" sobre a vida de pessoas famosas e a venda de seus produtos domésticos e de beleza, os comerciais que camufladamente só falam uma única palavra (compre...compre...compre...).
É difícil, dessa maneira, obter-se independência intelectual e mental, quase todos s preocupam com o que os outros falarão, pensarão, fofocaram, cansa-me muito saber que há pessoas que se importam mesmo com a opinião alheia e em cima desta opinião tentam moldar sua felicidade.
Onde fica o reset? aliás, será que ele existe? Infelizmente começo a suspeitar que não... ou não por muito tempo...

Rubem Alves II

Eu tenho muito orgulho e carinho da biblioteca que Dinha e eu criamos em nossa casa, e se dependesse de nossa vontade, o dinheiro correria solto na aquisição de novos exemplares. Como parte deste objeivo é ter boa parte (ou quem sabe toda) da obra de Rubem Alves, tentaremos comprar todo mês ao menos um título de sua obra. Para deslancharmos o projeto, no mais recente amigo secreto que participamos pedimos, cada um, um livro do Rubem. Um dos que eu pedi e ganhei é "A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir".
Um livro cuja idéia central é simplesmente fantástica. Sempre acreditei que a escola fosse lugar de abrir os horizontes e que nos auxiliaria em nossa evolução pessoal, profissional e acadêmica.
Infelizmente nossa Educação anda tão prostituída, alunos analfabetos funcionais, professores indiferentes com a situação-problema, pais que procriam por procriar e acham que é nossa a exclusividade de criarmos seus filhos, governantes que utilizam-se desse círculo vicioso para manterem-se nos seus cargos e seus partidos no poder.
Eu acredito que podemos reverter este quadro, não que eu queira mudar o mundo, mas se eu mudar o mundo de pelo menos um aluno de meus quarenta por sala, sei que terei cumprido minha missão.

24 julho 2009

Detran

Ontem foi nossa prova teórica no Detran,e confesso que estávamos um pouco tensos, pois não tínhamos estudado quase nada (de véspera, como faz tudo todo santo brasileiro). Já não bastasse os $200 que largamos de graça lá por termos chegado míseros 06 (isso mesmo, seis) minutos atrasado no primeiro dia marcado para o raio da tal prova (mas foi por uma boa causa, valeu a pena), não queríamos correr o risco de desenbolsar mais grana.
A minha prova (teve mais de uma versão) teve perguntas de oito a oitenta, ou era muito fácil ou era muto confusa. As placas eu acertei todas as cinco que caíram, o que reafirma minha memória visual.
Agora é só rezar para essa chuva chata parar pelos próximos dias para fazer numa nice minhas aulas.

Aposta

Talvez hj eu tomarei uma das decisões mais dificeis no último biênio, mas talvez uma das mais importantes, se der tudo certo, e Deus há de querer.
A vida é um risco. Eu não tenho medo de arriscar. Os dados estão lançados.

15 julho 2009

Mancini

Demorou, mas caiu. O time liderado pelo Mancini estava deprimente neste campeonato brasileiro, teve um único jogo que venceu e convenceu, que foi aquele delicioso 3 a 0 contra os favelados da marginal sem número.
É inegável o ótimo trabalho que ele fez frente ao Santos quando chegou e levou o time às finais do Paulista, onde perdeu para uma equipe superior e embalada, mas isso já era esperado. Mas parece que os últimos técnicos se dão bem apenas na chegada (com a exceção ao Cuca, que não deslanchou na frente do time).
Cuca largou o time na zona de rebaixamento no brasileirão do ano passado, e o interino Márcio Fernandes, treinador das equipes de base, fez um ótimo trabalho, assim como Kleber Pereira, ao fazer metade dos gols do time no ano e levou a artilharia do campeonato, ao lado do Keirrison e Washington; no paulista desse ano, o time começo mal e Mancini tirou o time de novo de uma zona de rebaixamento, eliminou o melho time nas semifinais e fez o que pôde nas finais; Neste semestre o time estava irreconhecível de novo, e o óbvio aconteceu: Mancini caiu fora, e Luxemburgo volta pela quarta vez (lembrando quem em cada uma da 3 vezes que ele dirigiu o time, ele trouxe um título).
Que ele possa ao menos alcançar seu objetivo com esta equipe, que infelizmente não se cogita lutar pelo título, mas sim buscar uma vaga na Libertadores 2010.

09 julho 2009

Féééééééééééééééééérias !!!

Puta merda, finalmente chegou Julho, juro que não estava mais aguentando.
Maria e eu nos organizaremos com relação as estudos e aos passeios, mas uma coisa é certa: ficaremos em dia com nosso lazer, que este semestre acho que ficou sensivelmente prejudicado.
Tenho altos planos na minha cabeça, espero que sobre tempo e dinheiro para fazer tudo.
Não sei se postarei tanto nestas férias, pois quero curtir muuuuuuuuuuuuuuuito.
Yupiiiiii !!!

Primeiro termo

Ontem encerrei o primeiro semestre na Unifesp, ou primeiro termo, como eles preferem dizer.
Não o fechei com chave de ouro (depende do ponto de vista: do ponto de vista prático, fechei, pois passei em todas as matérias, ou componentes curriculares, como eles falam lá; mas do meu ponto de vista, poderia ser melhor), pois peguei um exame, qual fiz ontem, e o despachei ontem mesmo. O que não deixa de ser um alívio e uma lição para mim: levar as leituras mais a sério.
Eu sou o tipo de pessoa que às vezes preciso levar um chacoalhão para acordar, e a Gualtieri soube fazê-lo. Não concordo muito com o método avaliativo dela, mas em parte ela estava certa em não ser tão flexível; se ela fosse, talvez não teria aprendido a lição (apesar de que não posso dizer que aprendi a lição, teria que esperar o segundo semestre e por em prática a lição aprendida, mas acho que o recado foi bem dado e bem entendido).
Tudo bem que o primeiro semestre sempre é de adaptação, ainda mais este, onde eu tive algumas mudanças de hábito: a pós-graduação nas manhãs de terça e quinta; a graduação numa universidade pública (que naturalmente impõe um ritmo mais puxado de leituras do que em relação a PUC, por exemplo); a orientação do TCC do Rocha, que me consumiu muita energia, mas que foi muito gratificante; os novos desafios pedagógicos que surgem diariamente nas salas de aula, o que me obriga a me revisitar diariamente; o cansaço físico; um determinado mês que houve uma tensão financeira.
O bom é que estou ampliando minha visão sobre a Educação e a amadureço diariamente, assim como meu futuro profissional.
Também estou traçando os cronogramas e metas para este segundo semestre, já que ele é naturalmente mais curto, não posso desperdiçar tempo, pois o mesmo não pára.